«Aos 11 anos, comecei a cozinhar os meus bifes, e o interesse pela culinária só cresceu. A minha infância em Portugal e as férias regulares no país alimentaram a minha paixão, o que eventualmente me levou a retornar para abrir meu restaurante.» Refere-se ao Salta, de portas abertas desde Maio de 2021, em Lisboa.
As tradições gastronómicas familiares e a diversidade das suas origens moldaram o seu paladar e a sua abordagem à culinária. De tal forma que o conceito do Salta assenta, precisamente, na celebração dessas culturas e numa cozinha que «não é de fusão, mas de inspiração», defende.
«Trabalhei muitos anos em restaurantes asiáticos e latinos, onde percebi as similaridades e as vastas diferenças nos ingredientes e sabores. O processo de criação do menu envolve muita pesquisa e experimentação, para capturar a essência dessas culinárias.» Por isso, na ementa do Salta tanto pode encontrar nigiri de atum com maionese picante como tostada de camarão tigre com guacamole ou malagueta, wonton de curgete e tártaro de novilho, pudim de manga e tempura de gelado.
No entanto, da lista de pratos mais emblemáticos, Tomaz destaca o taco de caranguejo, «que combina sabores autênticos mexicanos com um toque de criatividade» e o ceviche de vieiras, «que representa a riqueza e a complexidade da cozinha asiática», explica. Com uma identidade criativa muito vincada, os pratos do Salta também se destacam pelo uso de produtos biológicos e de época. «Acreditamos que a qualidade dos ingredientes é fundamental para a autenticidade e sabor dos pratos. Além disso, apoiar produtores locais e usar ingredientes sazonais é parte do nosso compromisso com a sustentabilidade.»
«O meu ingrediente favorito é a alga kombu. É um tipo de alga essencial na culinária asiática, especialmente na japonesa», explica o chef. Rico em umami, o quinto gosto básico do paladar, «realça os sabores dos ingredientes e traz uma profundidade única aos pratos».