A tenra idade contrasta com um percurso já experiente. António Lobo Xavier tem 25 anos e trabalha desde os 18. Desde então, passou pelas cozinhas do Bocca, Flow e Portie, no Porto, Boubous e Chez Chouette, em Lisboa e Belcanto, com duas estrelas Michelin. Agora, é o chef e sócio do Polémico, na capital, o primeiro projeto em nome próprio, e consultor na Casa Tonico, na Invicta.
Portuense de gema, começou por cozinhar em casa das pessoas enquanto tirava o curso de Direito. Rapidamente trocou os livros pelos tachos e deu os primeiros passos na carreira, reforçando o currículo com uma licenciatura na Le Cordon Bleu, em Londres.
Admite que a sua identidade na cozinha reflete as viagens e experiências, sempre com o foco na simplicidade. «Gosto muito de trabalhar com o produto menos alterado possível. Se pudesse, servia tudo cru ou curado.» Talvez por isso, o peixe e o marisco sejam as proteínas de eleição. «Arranjar peixe é a minha coisa preferida no trabalho. Cresci a ver o mar e o rio no Porto. Faço questão de ir à lota de manhã», conta.
Bom garfo, com um paladar eclético, que vai das «iscas com cebolada e batata ao ceviche», também o é na mão. Na hora de cozinhar, junta produtos japoneses a pratos de base francesa e mistura massa fresca com produtos típicos portugueses. «Gosto de misturar influências.»
No entanto, as preferências acabam sempre por voltar ao mar. Nos dias mais quentes, opta pelo «peixe frio, cru, curado ou levemente braseado», tanto para comer como para cozinhar. “Gosto que saiam do restaurante sem fome, mas com uma sensação de leveza”, remata.
«Não vivo sem manteiga. Vejo-a como um intensificador de sabor. É a única coisa que tenho sempre, sem excepção, no meu frigorífico de casa.»